Raposa Serra do Sol

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Terras de Makunaima

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Situação dos Alunos Indígenas da Universidade Federal de Roraima

Atualmente se prevê que se tenha um total de 400 alunos indígenas matriculados na UFRR, desses a maioria cursa a Licenciatura Intercultural Indígena, em segundo lugar vem o novo curso de Bacharel em Gestão Territorial Indígena( Novo Curso), ambos são frutos do Instituto Insikiran, e os outros alunos se dividem nos diversos cursos não específicos da Instituição. E já se planejam o projeto Político Pedagógico do Curso de Gestão de Saúde, também pelo Instituto Insikiran.
A preocupação maior é que os alunos que cursam os curso não específicos, como vou chamar aqui( são aqueles que os alunos estudam com alunos não indígenas, como é o caso de história, medicina, psicologia, antropologia, etc), esses alunos não tem um projeto de acompanhamento e formação. Nesse caso, coloco aqui também o Processo Seletivo Específicos para Indígenas, que são o que oferecem as vagas nos cursos de Bacharéis não específicos da UFRR.
Os alunos da Licenciatura Intercultural Indígena, a maior parte deles são professores concursados, e os que não são recebem uma bolsa para continuar estudando, os alunos do Curso de Gestão territorial, que o semestre é divido em duas etapas: período Universitário e período Comunitário, recebe um auxilio da FUNAI no valor de R$300,nos meses correspondente ao período comunitário. Já o caso dos alunos de outros cursos da UFRR, são os que posso dizer que não tem apoio, nem da Universidade, e em parte, alguns recebem uma ajuda de custo da FUNAI no valor de R$ 214. Esses, além de competir com a maioria dos alunos da Universidade as bolsas que são oferecidas por ela. O falta de recursos financeiros, são os principais culpados pela evasão dos alunos indígenas.
O fato de a Universidade ter o Processo Seletivo Específicos para Indígenas, o que chamamos de PSEI, não quer dizer que todos os alunos que entraram se formarão. Afirmo esse fato, pois ao pensar entrada de Alunos Indígenas a universidade não pensou na “PERMANENCIA” desses alunos. Isso ocasiona sérios problemas a estes, primeiro, sem recursos para compra de livros ou apostilas, eles acabam ficando reprovados em disciplinas no decorrer do semestre, impossibilitando assim de poder concorrer a Programa de Iniciação Cientifica – PIC, sem falar no atraso do curso.

Acredito que tanto a FUNAI como a UNIVERSIDADE são as capazes de assumir esse compromisso com esses alunos, que a cada ano vem crescendo em números surpreendentes dentro da Instituição. Caso contrário, vamos continuar entrando nas Instituições de Ensino Superiores, e ficaremos entregue a sorte, e muitas das vezes, quando poderíamos contar com um profissional Indígenas Formado, vamos continuar dependendo de profissionais que demoram uma década para entrarem nas comunidade indígenas.

Alex Makuxi

Estou na cidade e Contínuo sendo Índio

A maioria dos indígenas que vive nas cidades sofreram e sofrem discriminação e preconceito. Em muitos casos o discurso preconceituso vem acompanhado do senso comum, “índios é o que vive na mata, que anda pelado, que não tem veículo automotivo…” enfim, esse fato foi discutino na cidade de Boa Vista através da Organização dos Indígenas da Cidade – ODIC, essa organização está lutando com unhas e dentes para barrar essa margem de preconceito.
O fato a questionar é : os indígenas vieram para a cidade? ou a cidade que chegou para os indígenas ? Por que assim, pois vejamos, a cidade está cercada pelas comunidades Indígenas e nela se encontram aproximadamente 30 mil indígenas. Muitos deles vindo de outros países vizinhos. Segundo o Professor Reginaldo Gomes de Oliveira, da Universidade Federal de Roraima, aqui onde é a atual Cidade de Boa Vista era uma Comunidade Indígena Macuxi, e o nome seria kuwai Krî, que quer dizer Terras de Buritizais. Essa mesma História, se repete nas reuniões da ODIC, e também nos discursos de alguns ãnciões de comunidades do Interior do Estado.
Boa Vista foi implantada em cima de uma Comunidade Indígena, e o melhor é uma Comunidade Indígena, e a maior do Estado. Pode ser dizer que a maior aldeia de Roraima é BOa Vista, sem pingo de dúvida. De acordo com a História do não-índio a cidade criou-se a partir de uma Fazenda, o que ao se questionado com alguns anciões de comunidades, eles afirmam que tinha sim uma fazenda, mais não a que se tornou Boa Vista.
O fato de eu está na cidade, usar celular, roupa, calçado, ir para a universidade, passear nas praças, não me tira a identidade indígenas, aliás eu na cidade estou apenas visitando parentes, o que significa que aqui na cidade eu me sinto como na minha comunidade, só que agora aqui é uma comunidade onde se tem vários Povos Indígenas e não Indígenas.
Em observação quero citar qui dois livros que foram lançados pela UFRR em parceria com a Organização dos Índios da Cidade – ODIC:

>Diagnóstico da situação dos Indígenas da Cidade de Boa Vista – Roraima.
>Projeto Kuwai Kîrî: a esperiência Amazônica dos Indíos Urbanos de Boa Vista Roraima.

Esses dois livros trata das questões relativas a situação dos indíos na cidade de Boa Vista. O primeiro, destaca nos discursos dos indígenas o preconceito, a discriminação, o racismo social entre outros com relação aos povos indígenas na Cidade. o Segundo são relatos de membros da ODIC, dos trabalhos desenvolvidos nos baiirros.

Alex Makuxi