Há mais de 28 anos assassinatos, episódios de violência física, linguística, política e econômica contra os povos indígenas de Mato Grosso do Sul seguem impunes. Esses episódios estão muito bem documentados segundo critérios acadêmicos por diversos historiadores em dissertações, teses e em Centros de Documentação Indígena, disponíveis para consulta pública nas universidades públicas e comunitárias em Mato Grosso do Sul.
Muitas pesquisas históricas indicam que os indígenas foram expulsos das terras à medida que os conquistadores chegaram e, posteriormente, fazendas foram implantadas, florestas desmatadas, impondo mudança dos índios para outras localidades. Esses conflitos atuais estão relacionados à tentativa dos índios em retomar o espaço que lhes pertence.
Tragicamente, essa expropriação, ancorada por preconceitos engendrados desde a chegada dos portugueses e espanhóis para justificar a colonização, encontra respaldo e aumenta com a impunidade cuja mensagem nos parece clara: a vida de um índio pouco vale.
Diante da denúncia do assassinato e desaparecimento do corpo do cacique Nísio Gomes na última sexta-feira (18), em Guaviry, Aral Moreira, MS, a Associação Nacional de História, seção MS, vem a público fazer coro e apoiar o clamor dos Kaiowá e Guarani às autoridades para que ajam frente às verdadeiras milícias que, a despeito do Estado, seguem agindo na região.
Campo Grande, MS, 23 de novembro de 2011.
Associação Nacional de História, seção MS.
00 55 67 3312-3447
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