Atualmente se prevê que se tenha um total de 400 alunos indígenas matriculados na UFRR, desses a maioria cursa a Licenciatura Intercultural Indígena, em segundo lugar vem o novo curso de Bacharel em Gestão Territorial Indígena( Novo Curso), ambos são frutos do Instituto Insikiran, e os outros alunos se dividem nos diversos cursos não específicos da Instituição. E já se planejam o projeto Político Pedagógico do Curso de Gestão de Saúde, também pelo Instituto Insikiran.
A preocupação maior é que os alunos que cursam os curso não específicos, como vou chamar aqui( são aqueles que os alunos estudam com alunos não indígenas, como é o caso de história, medicina, psicologia, antropologia, etc), esses alunos não tem um projeto de acompanhamento e formação. Nesse caso, coloco aqui também o Processo Seletivo Específicos para Indígenas, que são o que oferecem as vagas nos cursos de Bacharéis não específicos da UFRR.
Os alunos da Licenciatura Intercultural Indígena, a maior parte deles são professores concursados, e os que não são recebem uma bolsa para continuar estudando, os alunos do Curso de Gestão territorial, que o semestre é divido em duas etapas: período Universitário e período Comunitário, recebe um auxilio da FUNAI no valor de R$300,nos meses correspondente ao período comunitário. Já o caso dos alunos de outros cursos da UFRR, são os que posso dizer que não tem apoio, nem da Universidade, e em parte, alguns recebem uma ajuda de custo da FUNAI no valor de R$ 214. Esses, além de competir com a maioria dos alunos da Universidade as bolsas que são oferecidas por ela. O falta de recursos financeiros, são os principais culpados pela evasão dos alunos indígenas.
O fato de a Universidade ter o Processo Seletivo Específicos para Indígenas, o que chamamos de PSEI, não quer dizer que todos os alunos que entraram se formarão. Afirmo esse fato, pois ao pensar entrada de Alunos Indígenas a universidade não pensou na “PERMANENCIA” desses alunos. Isso ocasiona sérios problemas a estes, primeiro, sem recursos para compra de livros ou apostilas, eles acabam ficando reprovados em disciplinas no decorrer do semestre, impossibilitando assim de poder concorrer a Programa de Iniciação Cientifica – PIC, sem falar no atraso do curso.
Acredito que tanto a FUNAI como a UNIVERSIDADE são as capazes de assumir esse compromisso com esses alunos, que a cada ano vem crescendo em números surpreendentes dentro da Instituição. Caso contrário, vamos continuar entrando nas Instituições de Ensino Superiores, e ficaremos entregue a sorte, e muitas das vezes, quando poderíamos contar com um profissional Indígenas Formado, vamos continuar dependendo de profissionais que demoram uma década para entrarem nas comunidade indígenas.
Alex Makuxi